Sabe aquele cheirinho de bacon fritando logo as 7 da manhã? A mesa posta com toda a familia esperando pelos ovos mexidos, o suco de laranja, algumas berries e os "cinnamon rolls"? Não dear fellows, isso não é imagem de um filme.Tal cena realmente existe.
Claro que não é algo tão cotidiano como imaginamos ai no Brasil, mas é tão bonito ( e gostoso) quanto se pinta.Tenho o dom de apreciar coisas simples e transformá-las em grandes porque assim as senti. E no fim elas acabam tornando-se grandes, porque o que importa é o quanto significou e não o quao bonita pareceu na foto.
Parece brega isso, mas é verdade: sou alguém que gosta da noite mas que tem um carinho especial pelas manhãs. Sempre acho um disperdicio de vida dormir até as 11am. Neste sentido, tenho que dizer que por aqui ando aproveitando bem tais momentos. Acordar de manhã, tomar café com toda calma do mundo, ler um pouquinho, caminhar durante a semana e fazer Yoga aos sábados. Hábitos que não tinha no Brasil mas que aqui, talvez pelo excesso de tempo livre, surgiram e que adorarei levar comigo.
Já não sei mais como vivi sem Yoga, sempre achei esse negócio de paz interior e equilibrio do corpo a maior baboseira do mundo. Já não acho mais. (Isso não quer dizer que encontrei minha paz interior e estou caminhando ao Nirvana - As if!- continuo a maluca de sempre, mas tenho que adimitir que me equilibrar em um só pé e ouvir musiquinha calma me faz um bem danado.
Caminhar pelas manhãs, seja em direção ao parque, biblioteca, academia ou simplesmente a coffee house é tão bom; ainda mais quando se escuta quase que o tempo todo "Good morning" ou quando um estranho simplesmente para pra conversar com vc. Nessas horas não fico triste por não ter carro aqui, pois, provavelmente, perderia boa parte disso.
De ínicio eu pensava que os "good mornings" eram por eu estar, na maioria das vezes, com a Libby a tira colo. É facinante como as pessoas ficam mais felizes quando vêem uma criança, especialmente os mais pequenos. Os sorrisos se abrem desde longe e todo mundo tem que fazer alguma gracinha. Mas mesmo caminhando sozinha, que é o que faço nos fins de semana ou nas manhãs sem Libby, continuo a ouvir "good mornings" . As vezes respondo meio sem jeito porque não os esperava; a idéia pré-concebida do americano não incluia "good mornings". Ponto negativo para mim, que acreditei nessas ideias.
Eu não sei se o sabor do bacon e dos ovos que comi hoje de manhã estava realmente no produto em sí. Acredito que não. Penso que este estava muito mais na forma como me foram preparados e apresentados. Com a sala de jantar organizada, com o casal feliz servindo as duas pequenas sentadas - felizes por terem caçado alguns ovos de pascoa- e com o mais importante de tudo, ouvindo algumas vozes dizendo "good morning, Val" e eu respondendo alto e claramente "Bom dia" e interiormente, feliz, sussurrando: Good Morning America!
Dá o play macaco!